quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Um jeito diferente de ver o empate entre Brasil x Bolívia


Não fique preocupado que esse post não será uma das milhares de crônicas sobre a pelada que aconteceu ontem no Engenhão, até porque o futebol apresentado não é digno de nenhum comentário.

Para chegar ao Engenhão já foi complicado, até porque ir pela primeira vez sem saber como chegar é difícil. Depois de algumas perguntas e um metrô abarrotado de pessoas voltando do trabalho, eu e meu amigo conseguimos pegar o ônibus que nos deixaria perto do Engenhão. Mas, o motorista errou o caminho (isso mesmo!!! algo já tava dizendo que não seria uma noite normal) e depois de algumas frases e musicas ao estilo (rema rema rema remador...) todos desceram do ônibus e fomos caminhando para o estádio (até que não estávamos muito longe).

Chegando à rua the front of (que inglês ótimo!!) ao Engenhão, esbarramos com centenas de milhares de vereadores panfletando e outras pessoas agitando bandeiras, teve até direito ao carro de som da Verônica Costa com funk...

Avistamos a entrada, grande ilusão, um fila um pouco (um pouco?) grande para entrar, eu fui para a fila do ingresso inteiro e meu amigo da meia entrada... Depois de algumas amizades e de sobreviver ao cubículo que tinha para passar pelas roletas consegui entrar no tão falado melhor estádio da América.

Fui em busca de lugares para reservar um bom lugar, não sei por qual motivo, pois espaço foi o que sobrou. Depois de algum tempo e de procurar um bom lugar (ao lado de mulheres bonitas para comemorar gol junto com elas...) vi que já tinham pensado o mesmo e não restava mais excelentes lugares.

As equipes entraram em campo e depois dos hinos tocados (quem foi a mulher que cantou o hino? tentou inovar no final e acabou ficando ruim), o time brasileiro passou pela equipe boliviana para comprimentar eles (passar pra comprimentar o cacete, estamos jogando em casa quem tem que andar pra comprimentar são eles e não nossa seleção).

Rola a bola no estádio e o Brasil até que partiu para cima e a torcida ao estímulo dos animadores de torcida (torcedores já com teor de álcool elevado) cantava "Brasil, Brasil.." e "Juan, Juan..." (que por ventura não jogou NADA!!). Vem o primeiro passe para Juan que... Deixa a bola quicar e não domina!!! Por volta de dez minutos... não acontece nada, meu amigo que conseguiu entrar no Engenhão.

Aos 25 minutos, olho para trás e o que vejo? Crianças brincando de pique-pega, se divertindo como se estivessem no parquinho (queria muito ter essa idade no momento, garanto que seria mais divertido que o jogo!!) Passa tempo, e... a "torcida" grita Obina, isso mesmo OBINA!! Um jogador que você não deseja nem no seu rival (quer dizer no rival sim!!!).

Depois de alguns chutes sem nexo do time boliviano ao gol do melhor amigo do Lula, Júlio César, o primeiro tempo foi por ralo a baixo.

No intervalo descobrimos um japonês perto da gente, pronto achamos um jeito de rir durante o jogo... Aos gritos de "Japan, Japan" e algumas frases de zuação o amigo oriental entrou na brincadeira e começou a pular e cantar...

No meio do segundo tempo (não vale a pena falar do início porque não teve nada, só a expulsaão do boliviano que não mudou nada no jogo), miro minhas atenções para baixo da arquibancada e que vejo? Universitário da UFRJ jogando sueca!!! Que inveja, porque esqueci as cartas em casa para fazer uma jogatina durante a pelada.

Depois de passe pra ca, passa pra lá, algumas zuações com o amigo oriental o juiz cansou do fraco jogo e terminou a partida...

Saída do Engenhão, e agora como ir para casa, no lugar tão tão distante (viva SHREK). Perguntamos para um guarda e... ele era de São Gonçalo, mais longe ainda e não sabia como sair da localidade... Descobrimos um ônibus que nos deixaria no metrô perto do Nova América.

No meio da viagem, uma boliviana solitária e com cara de poucos amigos (até porque a Bolívia saiu de campo com gosto de derrota) entrou no mesmo vagão do metrô. No desembarque para trocar de linha tive a excelente idéia de trocar meu chapéu ao estilo bobo da corte (comprei antes de entrar no estádio) pela bandeira gigante que ela levava nos braços da forte seleção boliviana.

Ao melhor estilo dos jogos Pan Americanos e com portunhol de dar inveja a muitos, conversei com ela para tentar convencer ela da ótima idéia... Mas como meu tempo foi curto ( o metrô já estava partindo e eu não ia ficar lá esperando o outro passar), não consegui fazer a troca diante da primeira negativa simpática boliviana.

Enfim, depois da maratona de correr da Central até as barcas em menos de 10 minhutos depois de um dia desgastante (a barca sai 1:00 e chegamos na Central as 00:52) conseguimos pegar a barca.

Em Niterói e em casa dormi como uma pedra depois de muitas emoções no dia, começando com a gravação da novela A Favorita e terminando no jogo do Brasil (isso tudo com menos de 3 horas de sono). Enfim, esse foi mais um dia de um trocedor brasileiro

Um comentário:

Diego Louzada disse...

Sensacional o relato. Jurei que vc iria dar um traço na boliviana...Estava perto do engenhão e quando saí do Norteshopping vi vários desolados pegando seus carros no estacionamento, imagino então vx que veio de nikit.
Gravação da favorita? Tenho agora um amigo ator por acaso?
Abraço e sds!